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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

STEVE JOBS E LUTA CONTRA O CÂNCER


Steve Jobs (1955-2011): fundador da Apple, gênio visionário da tecnologia e mais um paciente na luta contra o câncer. Sempre muito discreto em relação à sua vida e família, nunca houve um pronunciamento oficial sobre a doença ou tratamentos feitos por Jobs, mas todos sabemos que tudo começou com um Câncer de Pâncreas.

Em 2003 Steve Jobs recebeu o diagnóstico de câncer de pâncreas, mas na verdade, a neoplasia de Jobs não era a forma mais comum (o adenocarcinoma): o seu era um Tumor Neuroendócrino. Vamos relembrar esse tipo de neoplasia (momento "revisão de Clínica Médica"): os tumores neuroendócrinos correspondem somente a 1,3% das neoplasias pancreáticas, mas sempre fascinaram os internistas devido o quadro clínico florido dos tumores funcionantes - insulinoma, gastrinoma ... lembra?! No passado, a principal causa de morte eram as síndromes por excesso hormonal (por exemplo, gastrinoma -> úlcera péptica -> HDA -> Choque hipovolêmico -> Óbito), mas hoje a principal causa de óbito é o câncer e a disseminação da doença, já que 50% desse tumores, exceto os insulinomas, são malignos!


2000 - 2008: mudança no aspecto de Jobs, cada vez mais consumido pela doença.
Em 2004 Jobs foi submetido a uma duodenopancreatectomia (famosa Cirurgia de Whipple) e teria sido supostamente curado da neoplasia. Todavia, em 2009 ele recebeu um transplante hepático - teria sido devido metástases hepáticas?! Provavelmente! Mas, como já falamos, nenhum pronunciamento oficial foi feito! Mas se Jobs tinha acesso às melhores opções de tratamento médico, como a doença progrediu dessa forma? De fato, se o diagnóstico inicial de Jobs tivesse sido um adenocarcinoma pancreático, ele certamente não teria chegado ao final do ano de 2004, já que esse tipo histológico é extremamente agressivo. Foi devido à "sorte" de ter um tumor neuroendócrino que ele conseguiu sobreviver todos esses anos: a sobrevida em 5 anos é de 30 a 40%. O grande problema é que nos últimos 20 anos não houve grandes avanços no tratamento dessa neoplasia: a cirurgia é agressiva, a resposta à quimioterapia é fraca (e geralmente incompleta) e o desenvolvimento de novos medicamentos é dificultoso devido à fisiopatologia pouco conhecida desses tumores. Curiosamente, no começo desse ano o NEJM publicou dois estudos em fase 3 que testaram novas drogas (Sunitinib e Everolimus) para essa doença e os resultados era promissores. Infelizmente já era muito tarde para o genial Steve: em agosto de 2011 ele abandonou o cargo de CEO da Apple e no dia 05 de outubro de 2011 faleceu em casa, ao lado da sua família.

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